5.22.2007

Sonhar-te

Hoje vou dormir mais cedo. É na tranquila escuridão do meu quarto que eu te sonho, que eu te vejo sorrir. É numa realidade desenquadrada e improvável que tu surges por entre o caótico emaranhado de cenas, e posso ver-te tão nitidamente por vezes. Posso ter-te, sentir-te até, cruzando imagens no subconsciente, beijar-te.
Talvez um dia vá dormir mais cedo só para que a noite se prolongue ao teu lado e possa enfim amar-te. Acordado.

5.12.2007

Por aqui l

Vou ficando por aqui enquanto o tempo se arruma devagar. O tempo a conta gotas e o armazenar de memórias em caixas, dispersas, por organizar.
Não sei quem ganhou e quem perdeu, quem partiu e quem ficou. Não me importam cálculos nem paralelismos nem retóricas nem metáforas.
Quero sair daqui. Espero o dia que será sempre amanha, um canto, um chão, um abraço.

O olhar já vai quebrando pelo cansaço e os móveis parecem fitar-me com estranheza. Serei mesmo daqui?
Fecho os olhos e sou apenas a voz que canta o silêncio do vento que não passa. A imensa nostalgia de um olhar perdido atrás de uma janela.