1.15.2008

Dizeres V


Hoje sou um daqueles dias sem graça, quando o horizonte confunde o céu com o mar numa névoa cinzenta e fria.
Não sinto nada, emocionalmente inerte, vejo o tempo que passa trazendo a chuva que deixa as ruas num abandono esquecido, depois o sol faz transpirar os vidros da janela. O meu olhar perdeu-se na paisagem que não vi…
Voltarei a unir os cacos do velho castelo de vidro tantas e tantas vezes destruído? - Não sei!
Os sentimentos estão lá, apenas dormem como num encantamento de contos de fadas. Uma espiga numa ceara em campo aberto à espera de um novo vento…

7 comments:

Zé Carlos said...

É bom ver-te de volta. Ler-te, mesmo que a espaços, tem o dom de me fazer pensar nas minhas coisas, no que sinto e na forma como vivo. É talvez mais fácil assim, ler-te e descobrir-me, comparando-me ou apenas associando o que é meu, aos textos que escreves. Um grd abraço, de Braga até à Terceira.

Anonymous said...

Muito bonito.

Dalaila said...

há dias em que uma árvore esconde toda a floresta, uma gota todo o oceano, dias cinzentos, onde a penumbra ocupa o maior lugar, há dias em que as tuas palavras me tocam mais.

Anonymous said...

As tuas palavras são telas onde pintas sentimentos. Espelhos que nos devolvem a imagem da nossa alma.
Parabéns!
Mare

Susana Anastácio said...

Profundo mas simples? não sei mto bem definir, mas gostei dos teus textos.
=)

jorgeferrorosa said...

Aqueles dias e outros tantos, como tantos outros onde nos perdemos, entre o frio, entre a chuva, entre o nada e o tudo, numa soma que cada vez se eleva mais. Vejo o que vejo e o que não vejo nem me preocupa, caminho despreocupado no mundo das evidências e das metáforas... trago a palavra para o novo cântico, entre a chuva e o sol e segredo-te ao ouvido, ainda que não me ouças, ainda que tudo e que nada, talvez no castelo das emoções. Durmo porque tenho sono, porque a energia reconduz-me e não sei mais de mim nem mais o que te dizer. Sou neste espaço sem fim, onde procuras sem procurar o pedaço do princípio do fim.
Abraço e bons escritos...
Fronteiras

Anonymous said...

o dom das palavras toca-nos com diferentes sentimentos..parabéns