5.11.2008

momentos


Sento-me a olhar o vago como se o tempo se fizesse notar apenas no avançar silencioso dos ponteiros do relógio, porem o céu mudou de tons e a luz despede-se lentamente do dia. O tempo passou.
Há um cansaço aliado a esta gravidade que me aterra aqui, há uma ausência de lágrimas e de sorrisos que dão ao meu rosto um ar de estátua concebida sem grande emoção. O meu peito é como este jardim de terra revirada, cavado a bruto sem a bênção do suor de quem trabalha a terra para ganhar a vida. Nem a chuva lhe ofereceu o perfume a terra molhada, mas em breve cobrir-se-á de verde e de vida.
Vou ficar por aqui mais um pouco que já se sente o frio do fim do dia e o arrepio na pele lembra-me o abraço que há por sentir, o beijo que existe por dar, os poemas ditos no silêncio e quem sabe a emoção de tudo isso morando no olhar.
Agora está mesmo frio, vou em busca de abrigo sorrindo no conforto de saber que existes.



foto from olhares.com

5 comments:

Jus d'espoir said...

Maravilhoso...sublime...

Dalaila said...

e nestas palavras também me sento, me deito e sorrio

Anonymous said...

Bonito...muito sentimental!

~pi said...

... acolhedor... ~

Anonymous said...

Que silêncio tão prolongado! Para quando um novo post?