8.21.2008



Agora já é tarde…
E não, não é por ti,
Fui eu que me fartei do teu olhar, do teu rosto, da tua ausência.

Fartei-me de ti e de mim a tentar chegar a ti.


foto from olhares.com

8.03.2008

Dizeres VIII

Este sentir do fado, este arder quando a noite cai, este chorar com os poetas em rimas intemporais e sentir que a alma chora e que decora as expressões que nos dão esses poemas e viajar com Eugénio de Andrade ou ser a definição única de Álvaro de Campos ou transbordar de mãos vazias num verso de José Régio e no fim morrer de sede nesse rio sem leito e sem limites num soneto fantástico de Florbela.
Este sentir que ninguém sabe que eu sinto, este estar por aqui e nunca ficar, este voltar a estar e nunca, nunca ficar por aqui… este ser as duas faces da mesma moeda ou dois parágrafos iguais do monologo de um louco e ser muito, muito mais do que pouco e sufocar da mingua que se sente.
Quem sabe ser voo de gaivota e mergulhar no abismo profundo de um azul que amanhece sempre, sempre igual…
E o que faltar dizer que seja espuma na infindável rebentação das ondas contra o cais...