8.03.2008

Dizeres VIII

Este sentir do fado, este arder quando a noite cai, este chorar com os poetas em rimas intemporais e sentir que a alma chora e que decora as expressões que nos dão esses poemas e viajar com Eugénio de Andrade ou ser a definição única de Álvaro de Campos ou transbordar de mãos vazias num verso de José Régio e no fim morrer de sede nesse rio sem leito e sem limites num soneto fantástico de Florbela.
Este sentir que ninguém sabe que eu sinto, este estar por aqui e nunca ficar, este voltar a estar e nunca, nunca ficar por aqui… este ser as duas faces da mesma moeda ou dois parágrafos iguais do monologo de um louco e ser muito, muito mais do que pouco e sufocar da mingua que se sente.
Quem sabe ser voo de gaivota e mergulhar no abismo profundo de um azul que amanhece sempre, sempre igual…
E o que faltar dizer que seja espuma na infindável rebentação das ondas contra o cais...

5 comments:

Anonymous said...

Cada vez mais adoro o que escreves e sem mais palavras limito-me a dizer fantastico!

Beijo
Ana

Anonymous said...

As palavras levam-nos a viajar. Naqueles momentos em que a melancolia invade a alma, é bom estar na nossa paz e calma espiritual, sentado,a ler, pensar, imaginar, sentir... A tua esrita torna-me leve.
Obrigado pela partilha do teu interior comigo/connosco!

Abraço
Luís (que já foi açoriano por 3 anos, agora e continental e cidadão do mundo!)

Luís Filipe C.T.Coutinho said...

continuar sendo apenas por ser em prol da vontade de não nos perdermos entre a sombra do que nos foge...


abraço

ophelia said...

bom! muito bom!

Dalaila said...

estas palavras magnificas que nos ofereces, sempre