1.13.2007

...não...

Hoje creio num Deus, que só O é porque não existe, porque faz parte do seu mistério não ter uma forma, se tivesse seria outra coisa qualquer, nunca um Deus. Terei evoluído? Não sei. Todas as certezas insistem em recriar-se poderosas duvidas.
Já todos partiram, “cumprindo os fados” chamando as coisas de destino. Por cá vão ficando memórias e mais memórias, tantas que são já desesperos em forma de tempo. Como paredes cuja tinta denuncia o abandono onde se perpetuam dias de sol e de chuva, em infernais repetições. Só ficam os que se perdem, porque acreditam. Aqueles dos sonhos. Esses mesmos, os das fantasias…
E caíram, já, todas as folhas deste Outono. Pelas ruas há só, árvores despidas e vento, murmúrios de gritos, que foram fonte e maresia, voos de aves que nunca estão, que partem simplesmente, que partem sempre.

Paulo Sousa

3 comments:

Anonymous said...

AS dúvidas fazem-nos crescer, quando nos empenhamos em procurar as repostas (acredito). O nosso coração, a nossa essência funciona como uma espécie de mapa, se o seguirmos sempre, chegaremos a bom porto. Tens uma grandeza de alma que "transborda" e deve ser essa a principal razão das tuas inquietações, só o facto de te perguntares sobre a vida já mostra o quanto és especial.
E depois escreves como ninguém... Beijinho

Walter said...

Tu de facto és um dos melhores escritores da blogosfera...
walter

Zé Carlos said...

Profundo!
Estes é dos posts mais intensos que aqui li. Mais um grd post teu, Paulo, mts Parabens.
Abraço de Braga, p/ Terceira.