4.28.2007

(...)

Sentado a um canto vejo o tempo a passar. Indiferente. Os móveis adquirirem o tom baço do pó. As horas passam desordenadas, não as sinto. Não sei que horas são! Como se levitasse numa dimensão sem tempo, não me sinto envelhecer, sei apenas que anoiteceu outra vez.
Se fecho os olhos escapo no sonho, dou-lhe um rosto. É quase verdade não estar aqui, não ser eu, existires. Estendo a mão no vazio e por breves momentos existo.
Mais umas horas, a janela revela o novo dia, timidamente primeiro, depois em viva claridade.
No mesmo canto eu. Ao lado o tempo empastado nestas quatro paredes.

5 comments:

Maurice said...

Olá!

O comentário que deixaste "lá em casa" trouxe-me até aqui.
Gostei do que vi e do que li. Escreves bem. Não pela correcção (eheh), mas pela sensibilidade que revelas. Parabéns. Gostei particularmente de um poema ali mais abaixo (Uma última noite).
Tomei a liberdade de te linkar...

Abraço

Luís said...

A magia das horas mortas...

Thiago said...

mais umas palavras que me agradaram...obrigado pela partilha...

Pralaya said...

Incrivel... consegui sentir o que aqui apareceu escrito, com uma sensação de estar a ler a minha mente.

rui-son said...

Também eu senti o tempo parar à minha volta ao ler-te. Muito bom texto, gostei.