9.08.2007

Dizeres I


A minha vida, sem ser boa nem má, é contada apenas no chiar do vento arrastando coisas pelas ruas, na ilusória alegria das voltas repetidas do carrossel, num bater de porta em porta e nunca pedir.

Chorar porque tudo me está “à flor da pele “. Porque um violino geme a minha condição numa peça fantasticamente triste.

Esperar…esperar…esperar sempre de olhos fixos num céu carregado de estrelas.

Sofrer a eterna condenação de ter a alma repleta de emoção e esbanjar ternura num dar de mim que não aprende a ser apenas gesto de retribuir um gesto, apenas.

Foto from olhares.com

6 comments:

Anonymous said...

Bem este teu cantinho é simplesmente lindo, especial como tu!
Lindas palavras.

Bj

P-S said...

Obrigado Ana, não sei quem és, mas é sempre bom ter-te como leitora do meu espaço.
Obrigado e volta sempre

beijo

Raquel Branco (Putty Cat) said...

Que o "dar de ti" na escrita, nunca seja uma forma de retribuição, mas sempre uma forma de nos encher o peito, como fazes comigo.

Ler-te é um prazer.


Beijos

P-S said...

putty cat, obrigadissimo pelos comentários, é muito bom saber isso.

Bj

Anonymous said...

Este poema está absolutamente irreprensível, lindíssimo, cheio de sentido e conteúdo. Parabéns.
Beijo grande
Luísa

Dalaila said...

Vida contada no chiar do vento!
vida arrastada pelo vento!
vida no vento!
vento com vida!
Pele com vento,
vida à flor da pele,
e deixar a emoção subir com o vento.