10.29.2006

Tempo e tempo


Hoje acordei como o tempo. Não como o tempo que não se fez esperar e que passou sem me avisar, mas como o tempo que amanheceu envolto numa angustiante neblina e pingos de chuva lentos e desordenados. Senti-me ancorado num espaço de tempo que não é o meu. O mesmo tempo que eu esperei de sol e luz revelou-se triste e frio. Acordei e olhei através da janela, o tempo lá fora reflectia o tempo cá dentro. Os deuses espelharam no dia a minha alma.

Paulo Sousa

3 comments:

Anonymous said...

Muito bonito este texto!
Se me permites gostava de perguntar se muitas vezes não somos nós que pintamos a alma com as cores do dia e nos deixamos levar pela tristeza (subjectiva) de um céu cinzento?
Um beijo para o meu poeta preferido.

P-S said...

É, sem duvida! Tenho a certeza inclusive, que um dia cinzento nos pode dar um conforto e até provocar um sorriso se a alma tiver de sorrir!
obrigado pelo comentário
um beijinho grande

Siliany said...

Paulo, ha tempos que nao leio poemas que toquem o fundo de minha alma...Os seus alem da alma, tocam o meu coracao... Se vc ainda estiver solitario no frio da noite, onde a musica nao o acalenta, por favor, me chame tenho certeza que levarei o calor da minha campanhia e um bom vinho resolvera a solidao de ambos... rsrsrsrsr ...beijo no seu coracao
Siliany Gleise (silianyg@hotmail.com.br ou silianyg@gmail.com