
Não digas nada, fica apenas.
Dá-me a segurança do teu corpo presente. Dá-me a mágoa de não te ter…na tua, simples, presença.
Mais uma noite chegou e a pequena sala tornou-se um espaço colossal por preencher. O vento aumentou e o frio lembra o Outono que chegou trazendo mais serões de música e de leitura, noites maiores, mais vazias, mais solitárias.
Vem dar-me o sorriso que os meus lábios se esqueceram de como expressar, vem mostrar-me que estas mãos são mais do que o vazio que agora têm, vem dar-me a paz que eu me esqueci que se pode sentir. Vem, sem mágoas nem perguntas, sem lágrimas e sem respostas.
Fica comigo, um pouco. Deixa-me descansar que é só assim que eu o posso fazer. Fica mais um pouco e deixa-me experimentar de novo a sensação de sentir o calor do teu corpo dar-me alguns minutos de liberdade.
Deixa-me olhar para ti que é só assim que eu sei ser feliz.
Vem sentar-te aqui, perto de mim e deixa, que em silencio, te diga os mais bonitos versos que te fiz…
Paulo Sousa