6.14.2007

Hoje sei...

Ensinei-te tantas coisas que nem me lembrava que sabia. Mostrei-te o caminho do silêncio, o verdadeiro som e o alimento que há na música. Levei-te a ver o cume da montanha e as flores que despontam, coloridas, na imensidão das rochas escarpadas.
No meu corpo dei-te a vida que despertavas em mim a cada toque e todo o prazer que gotejava com o suor das horas gritadas sem tempo.
Muito mais que as palavras e os gestos, nos teus olhos, nesse olhar profundo, deste-me o maior de todos os tesouros, a certeza de que é possível, de que existe esse devaneio descrito nas linhas dos poetas.
Caminhámos juntos de mãos dadas e sorriso nos lábios mas olhávamos em silêncio, sem saber, diferentes direcções.

Ficaste em mim...e eu devo ter seguido contigo!...

6.05.2007

Final de tarde


Venho sempre à varanda no fim de tarde, gosto de sentir o vento no rosto trazendo um friozinho que arrepia a pele, quase como um ritual inconsciente, fico encostado à porta olhando a paisagem ou o vago.
Hoje encontrei-te no final da minha tarde.
O teu rosto numa vaga memoria nesta mesma varanda, o abraço reconfortante – “Estou aqui, vou estar sempre aqui”.
A imensidão de agua e verde, a distancia. Não ficaste.

Uma lágrima cai enquanto o sol morre, escarlate, lá longe no mar.
A minha varanda no fim de tarde, fantástica, como um minuto de silencio em gesto de homenagem.