Afinal que quero eu que nunca me basta?!
Que espero eu que nunca chega?!
Que sonho eu que não existe?!
Quem vive cá dentro de mim,
quem me atrai até ao precipício e se esfuma numa névoa indecifrável?
Quem sou eu? Quem é esse que me habita?
Talvez seja eu mesmo,
só eu,
num espírito demasiado lúcido para ser um só!
10.19.2008
8.21.2008
8.03.2008
Dizeres VIII
Este sentir do fado, este arder quando a noite cai, este chorar com os poetas em rimas intemporais e sentir que a alma chora e que decora as expressões que nos dão esses poemas e viajar com Eugénio de Andrade ou ser a definição única de Álvaro de Campos ou transbordar de mãos vazias num verso de José Régio e no fim morrer de sede nesse rio sem leito e sem limites num soneto fantástico de Florbela.
Este sentir que ninguém sabe que eu sinto, este estar por aqui e nunca ficar, este voltar a estar e nunca, nunca ficar por aqui… este ser as duas faces da mesma moeda ou dois parágrafos iguais do monologo de um louco e ser muito, muito mais do que pouco e sufocar da mingua que se sente.
Quem sabe ser voo de gaivota e mergulhar no abismo profundo de um azul que amanhece sempre, sempre igual…
E o que faltar dizer que seja espuma na infindável rebentação das ondas contra o cais...
Este sentir que ninguém sabe que eu sinto, este estar por aqui e nunca ficar, este voltar a estar e nunca, nunca ficar por aqui… este ser as duas faces da mesma moeda ou dois parágrafos iguais do monologo de um louco e ser muito, muito mais do que pouco e sufocar da mingua que se sente.
Quem sabe ser voo de gaivota e mergulhar no abismo profundo de um azul que amanhece sempre, sempre igual…
E o que faltar dizer que seja espuma na infindável rebentação das ondas contra o cais...
7.30.2008
Longe...
Não chegaste em manha quente de Verão.
Não te amei à luz de uma lua de prata.
Não, não chegaste do nada quando já não imaginava que chegasses, porém juntos saboreamos um silêncio extasiado quando as palavras não eram de acontecer.
Gravei o teu nome num céu de todos os dias e em noites claras és brilho magico de estrelas e nas noites de breu aconteces para além de todos os Verões.
Nunca te chamei meu amor para não te perder em ilusões mas o meu nome na tua voz foi sílaba de um poema.
O teu beijo, trago-o na pele como um segredo que me faz sorrir, um segredo que ninguém sabe, que ninguém vê, que ninguém pode ver!
E à noite, quando te sei bem distante, quem sabe em que ruas, em que casas, em que festas, em sonos ou sonhos.
Não te amei à luz de uma lua de prata.
Não, não chegaste do nada quando já não imaginava que chegasses, porém juntos saboreamos um silêncio extasiado quando as palavras não eram de acontecer.
Gravei o teu nome num céu de todos os dias e em noites claras és brilho magico de estrelas e nas noites de breu aconteces para além de todos os Verões.
Nunca te chamei meu amor para não te perder em ilusões mas o meu nome na tua voz foi sílaba de um poema.
O teu beijo, trago-o na pele como um segredo que me faz sorrir, um segredo que ninguém sabe, que ninguém vê, que ninguém pode ver!
E à noite, quando te sei bem distante, quem sabe em que ruas, em que casas, em que festas, em sonos ou sonhos.
Quando sei que não me podes ouvir, chamo-te baixinho Meu Amor e aconteces em mim como eu sempre te sonhei…
7.02.2008
Muito mais só...
Estou muito mais só agora que a noite caiu.
Muito mais agora que não sei se sei porquê.
Agora que a tua voz é um eco que se quer esquecido,
Um som que o vento deixou de me trazer.
Muito mais agora que não sei se sei porquê.
Agora que a tua voz é um eco que se quer esquecido,
Um som que o vento deixou de me trazer.
6.22.2008
Estou cansado e procuro-te onde te deixei. Não estás, e sei que mesmo que estivesses não estarias. Não te mereço. Estou cansado e tenho tudo por arrumar, por catalogar. Fazes-me falta! Não sei onde te buscar, não sei de ti! Não sei de mim. Estou cansado. Tudo tem contornos de incerteza. Não te mereço. Mesmo. Pareço um dia que misturou as quatro estações. Nunca choro! Recordo a magia do teu beijo. Estou sem sentido, sem rumo, sem âncora. Não quero a sombra daquele dia, quero a luz da noite em que te tive e a loucura exaltante de não poder adormecer no chão olhando o tecto porque o coração pairava acima de nós…
Estou tão cansado.
Fazes-me falta!
Foto from olhares.com
5.11.2008
momentos
Sento-me a olhar o vago como se o tempo se fizesse notar apenas no avançar silencioso dos ponteiros do relógio, porem o céu mudou de tons e a luz despede-se lentamente do dia. O tempo passou.
Há um cansaço aliado a esta gravidade que me aterra aqui, há uma ausência de lágrimas e de sorrisos que dão ao meu rosto um ar de estátua concebida sem grande emoção. O meu peito é como este jardim de terra revirada, cavado a bruto sem a bênção do suor de quem trabalha a terra para ganhar a vida. Nem a chuva lhe ofereceu o perfume a terra molhada, mas em breve cobrir-se-á de verde e de vida.
Vou ficar por aqui mais um pouco que já se sente o frio do fim do dia e o arrepio na pele lembra-me o abraço que há por sentir, o beijo que existe por dar, os poemas ditos no silêncio e quem sabe a emoção de tudo isso morando no olhar.
Agora está mesmo frio, vou em busca de abrigo sorrindo no conforto de saber que existes.
Há um cansaço aliado a esta gravidade que me aterra aqui, há uma ausência de lágrimas e de sorrisos que dão ao meu rosto um ar de estátua concebida sem grande emoção. O meu peito é como este jardim de terra revirada, cavado a bruto sem a bênção do suor de quem trabalha a terra para ganhar a vida. Nem a chuva lhe ofereceu o perfume a terra molhada, mas em breve cobrir-se-á de verde e de vida.
Vou ficar por aqui mais um pouco que já se sente o frio do fim do dia e o arrepio na pele lembra-me o abraço que há por sentir, o beijo que existe por dar, os poemas ditos no silêncio e quem sabe a emoção de tudo isso morando no olhar.
Agora está mesmo frio, vou em busca de abrigo sorrindo no conforto de saber que existes.
foto from olhares.com
5.06.2008
Se...
Deixa-me contar-te baixinho ao ouvido aquelas historias que só eu sei, deixa-me contar-te as aventuras que só eu vivi, deixa-me mostrar-te aquele sonho só meu, onde eu amei como só eu amo, como se esse amor de que te falo fosse o meu amor, único e de mais ninguém. Sem mágoas nem rancores, sem pudores nem subterfúgios, deixa-me mostra-te a magia que existe num simples cruzar de dedos, o sentimento que acontece dentro de quatro paredes e que transcende o quarto e a casa, o bairro e a cidade.
Deixa-me ser eu nessa verdade de não saber ao certo quem sou. Deixa-me acontecer na tragicómica encenação de todos esse que eu fui.
E se um dia eu puder ser tudo isso no silêncio dos teus braços, tu serás um rio nascendo e fluindo dentro de mim.
Deixa-me ser eu nessa verdade de não saber ao certo quem sou. Deixa-me acontecer na tragicómica encenação de todos esse que eu fui.
E se um dia eu puder ser tudo isso no silêncio dos teus braços, tu serás um rio nascendo e fluindo dentro de mim.
4.24.2008
Silêncios
Os dias também vivem do silêncio, quando a vida se cansa das palavras gritadas sem eco e sem retorno. Cansa-me o choro, o desabafo, os poemas, a tinta e o papel.
Nos dias em que tudo o que me sobra é um tempo prisioneiro do próprio tempo, que não sendo meu, sempre passa como a maior verdade de sempre.
Dias em que me grita bem do fundo da alma uma solidão que tenho que sentir, que é minha e de mais ninguém, como um luto sem eu saber de quem, sem saber de quê!
foto from olhares.com
4.02.2008
Dizeres VII
Havia entre nós um espaço enorme onde morar.
Erguemos copos de um vinho bom. Celebramos a fantasia de uma solidão adiada, ressentida. Num tempo que se quer sem curvas, que se quer intenso, que se quer por mais. Sem subterfúgios. Sem vincos de um passado alojado por entre a alma e a pele.
Havia uma janela aberta a uma madrugada feliz, havia a ternura de ver crescer o que se plantou. Havia muito sol poente em horizontes de azul. Havia uma imensidão de sonhos por cumprir.
Entre nós havia um espaço enorme onde morar!...
Erguemos copos de um vinho bom. Celebramos a fantasia de uma solidão adiada, ressentida. Num tempo que se quer sem curvas, que se quer intenso, que se quer por mais. Sem subterfúgios. Sem vincos de um passado alojado por entre a alma e a pele.
Havia uma janela aberta a uma madrugada feliz, havia a ternura de ver crescer o que se plantou. Havia muito sol poente em horizontes de azul. Havia uma imensidão de sonhos por cumprir.
Entre nós havia um espaço enorme onde morar!...
1.30.2008
Sorriso...
Hoje sem contar tinha um sorriso à minha espera.
Não um sorriso novo, mas um que estava na gaveta onde se guarda as emoções que não se esqueceu…alguém a abriu e fez-me brilhar de novo num sorriso já usado, mas genuíno e verdadeiro…
Dormirei melhor certamente.
Não um sorriso novo, mas um que estava na gaveta onde se guarda as emoções que não se esqueceu…alguém a abriu e fez-me brilhar de novo num sorriso já usado, mas genuíno e verdadeiro…
Dormirei melhor certamente.
1.15.2008
Dizeres V
Hoje sou um daqueles dias sem graça, quando o horizonte confunde o céu com o mar numa névoa cinzenta e fria.
Não sinto nada, emocionalmente inerte, vejo o tempo que passa trazendo a chuva que deixa as ruas num abandono esquecido, depois o sol faz transpirar os vidros da janela. O meu olhar perdeu-se na paisagem que não vi…
Voltarei a unir os cacos do velho castelo de vidro tantas e tantas vezes destruído? - Não sei!
Os sentimentos estão lá, apenas dormem como num encantamento de contos de fadas. Uma espiga numa ceara em campo aberto à espera de um novo vento…
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