É nesse horizonte que eu não me vejo que eu sou feliz. É nesse encontro que eu nunca tive que eu me sinto e que sei quem sou. É nesta imensa nostalgia que acho o conforto que conheço.
Salva-me a ilusão que há em cada incerteza e vou despertando os sonhos no passar das horas, no morrer dos dias.
É nunca estar quando a vida me pede que esteja, é não partir quando lá fora tudo chama por mim, é um querer leal e desmedidamente, é ir errando como quem avança sem poder ver o chão que trilha.
É ser essa rocha imensa, inerte e fria e chorar silenciosamente.
Ser gelo que não sente, que fere, que queima, e ter a brisa suave da primavera.
É ser a montanha altiva e distante, solitária e tosca e despertar fonte de vida na alvorada com o nascer do dia.
É querer ficar eternamente ouvindo o estalar quente da fogueira e ser gota de chuva procurando desesperadamente o mar.
É ser mais um, caminhando apressadamente pela rua. Ser todos esses,
e trazer sempre comigo a solidão a soluçar na verdade de um sorriso.
Paulo
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6 comments:
às vezes penso que estamos tao centrados na distancia entre o que somos e o que gostariamos de ser que nos esquecemos verdadeiramente de nos valorizar enquanto pessoas!
abraço
walter
Lindo.
É sentir o perder do que sou...
Beijo.
"ser assim" é ser especial! Adoro a forma como escreves, extremamente emotiva.
"Ser todos esses, e trazer sempre comigo a solidão a soluçar na verdade de um sorriso."
Se soubesses como me dentifico com esta expressão...
Parabéns: o texto está EXCELENTE! Venha o próximo ;)
Mais uma vez, as tuas palavras arrepiaram-me. muita fluidez. obrigado
Não tenho palavras, não tenho sentido, não sei o que diga nem o que escreva... apenas quero ficar aqui e ler e "Ser assim" como sou.
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