6.05.2007

Final de tarde


Venho sempre à varanda no fim de tarde, gosto de sentir o vento no rosto trazendo um friozinho que arrepia a pele, quase como um ritual inconsciente, fico encostado à porta olhando a paisagem ou o vago.
Hoje encontrei-te no final da minha tarde.
O teu rosto numa vaga memoria nesta mesma varanda, o abraço reconfortante – “Estou aqui, vou estar sempre aqui”.
A imensidão de agua e verde, a distancia. Não ficaste.

Uma lágrima cai enquanto o sol morre, escarlate, lá longe no mar.
A minha varanda no fim de tarde, fantástica, como um minuto de silencio em gesto de homenagem.

6 comments:

Anonymous said...

Es o meu escritor favorito, mais um texto lindissimo!

Bj

Simplicitas said...

Mas mesmo de tudo o que passa fica sempre um bocadinho... mais uma vez, gostei muito do texto!

nOgS said...

Na minha varanda só o vento passa...

Eli said...

Andas a olhar para um arrepio de olhos fechados, quando vês com o coração através do infinito.

Sublime.

:)

Anonymous said...

"[...]No mundo como ele é, um dia feliz é quase um milagre." in Onze Minutos de Paulo Coelho

Acho que fica tudo dito.
Um beijo de amizade e admiração profunda.

Lavínia Matos

Luís said...

Há finais de tarde assim. Marcados pelo reencontro. Nem que seja com a memória...