E não haver um som que extravase, um silêncio que alimente, um gesto que denuncie, um sorriso que conforte, um vento que mude, um poema que minta, uma verdade que seja, uma casa que acolha, uma árvore que grite, um grito que acalme, um copo que sacie, um corpo que fique, uma alma que voe, uma mentira que iluda, uma mão que dê, um tempo que abrande…uma solidão que vá.
1.29.2012
8.31.2010
talvez
Não entretenhas o tempo entre as coisas.
Talvez nunca percebas.
Talvez nunca te explique.
Talvez seja assim mesmo.
Talvez.
8.24.2010
Pois é, o tempo a passar e a deixar cabelos brancos e marcas no rosto.
O tempo a faltar, a sobrar, suposiçoes de um amanhã desconhecido, recordaçoes de um passado distante e nada, nada se repete. Há tanto tempo que não vinha a este espaço, noentanto foi com alguma graça e nostalgia até, que revi os meus escritos. A intenção era encerra-lo, mas confesso que nao tive coragem, revi comentários absolutamente reconfortantes, encorajadores, que fizeram todo o sentido na altura e descobri (não sem alguma surpresa) que tinha até seguidores deste meu espaço virtual de desabafos e de partilhas, tornou-se então dificil encerra-lo. Ficarei por aqui mais uns tempos e quem sabe até volte a escrever umas coisitas.
Um abraço a todos
O tempo a faltar, a sobrar, suposiçoes de um amanhã desconhecido, recordaçoes de um passado distante e nada, nada se repete. Há tanto tempo que não vinha a este espaço, noentanto foi com alguma graça e nostalgia até, que revi os meus escritos. A intenção era encerra-lo, mas confesso que nao tive coragem, revi comentários absolutamente reconfortantes, encorajadores, que fizeram todo o sentido na altura e descobri (não sem alguma surpresa) que tinha até seguidores deste meu espaço virtual de desabafos e de partilhas, tornou-se então dificil encerra-lo. Ficarei por aqui mais uns tempos e quem sabe até volte a escrever umas coisitas.
Um abraço a todos
3.23.2010
9.04.2009
Não digas nada. Não te atrapalhes. Eu nada quero saber de ti.
(Nada que não se leia nos poros do teu corpo)
Podes vir, sim, se a noite te trouxer sem pressas, sem ilusões, sem vislumbres de madrugadas felizes. Não me confidencies, não sou esse que procuras. Sillencio.
Se vieres, sê puro instinto, odor de cansaços, dedos e braços e suores.
Não te percas em palavras, fica-te pela intensidade do silêncio, que este tempo que se perde é de ouro,
(E a vida fica-se a cada pausa como um traço de bolor no tempo)
Silencio, não digas nada, hoje quero-te apenas por querer, quero-te apenas porque quero, apenas. Vem que eu talvez esteja vencido pelo cansaço de ser.
Podes vir, que hoje eu sou este que eu próprio desconheço, a mais profunda negação de mim!...
(Nada que não se leia nos poros do teu corpo)
Podes vir, sim, se a noite te trouxer sem pressas, sem ilusões, sem vislumbres de madrugadas felizes. Não me confidencies, não sou esse que procuras. Sillencio.
Se vieres, sê puro instinto, odor de cansaços, dedos e braços e suores.
Não te percas em palavras, fica-te pela intensidade do silêncio, que este tempo que se perde é de ouro,
(E a vida fica-se a cada pausa como um traço de bolor no tempo)
Silencio, não digas nada, hoje quero-te apenas por querer, quero-te apenas porque quero, apenas. Vem que eu talvez esteja vencido pelo cansaço de ser.
Podes vir, que hoje eu sou este que eu próprio desconheço, a mais profunda negação de mim!...
7.28.2009
Ainda por aqui!
Ainda estou por aqui,
de surdina, em silêncio, mas estou.
Vou vendo de longe os blogs amigos sem tempo para explorar outros novos.
Não fugi, não desapareci (embora às vezes penso que o deveria ter feito), mas não, ainda cá estou.
Envolto em mil silencios, silenciando mil gritos, vou virando cada página sofregamente (como é de ser).
A cada por-do-sol um céu carregado de estrelas e sobretudo a promessa renovada do nascer de outro dia!
Voltarei em breve.
de surdina, em silêncio, mas estou.
Vou vendo de longe os blogs amigos sem tempo para explorar outros novos.
Não fugi, não desapareci (embora às vezes penso que o deveria ter feito), mas não, ainda cá estou.
Envolto em mil silencios, silenciando mil gritos, vou virando cada página sofregamente (como é de ser).
A cada por-do-sol um céu carregado de estrelas e sobretudo a promessa renovada do nascer de outro dia!
Voltarei em breve.
2.15.2009
Escrever-te
Queria escrever-te, queria escrever para ti, mas não te encontro nas minhas palavras, não as sei juntar de forma que dissessem como eu te vejo, como te sinto, e se é que isto faz algum sentido, hoje sei que não nos encontramos no tempo certo para que pudéssemos acontecer, no entanto sou o mesmo que te cativou e em ti existem ainda todas aquelas coisas que me levaram ate a ti, embora as tentes esconder dos olhos do mundo.
Não te sinto longe, que a distancia é apenas mais uma ilusão entre todas as outras que desvanecem quando aprendemos a derradeira lição de que nada verdadeiramente se possui.
Leio-te, releio-te e a cada palavra tua uma catadupa de emoções, vejo-te muito mais (poesia) do que algum dia ousarias pensar ser, tão para alem do que me guia, inexoravelmente superior.
Remeto-me pois ao silêncio para não te atrapalhar,
e a vida segue de longe o paralelismo dos nossos sonhos.
Não te sinto longe, que a distancia é apenas mais uma ilusão entre todas as outras que desvanecem quando aprendemos a derradeira lição de que nada verdadeiramente se possui.
Leio-te, releio-te e a cada palavra tua uma catadupa de emoções, vejo-te muito mais (poesia) do que algum dia ousarias pensar ser, tão para alem do que me guia, inexoravelmente superior.
Remeto-me pois ao silêncio para não te atrapalhar,
e a vida segue de longe o paralelismo dos nossos sonhos.
1.23.2009
Hoje é minha a noite
Estas noites em que eu vivo só por ter vivido, existo só porque o cheiro, o tacto, o sabor dos dias que passaram está irremediavelmente em mim e é tão fácil encontrar-me numa qualquer teia do tempo, à janela de um sorriso.
A chuva cai lá fora…e…cá dentro a noite esgota-se em mim, nostálgica, triste, tão minha, tão profundamente minha…
A chuva cai lá fora…e…cá dentro a noite esgota-se em mim, nostálgica, triste, tão minha, tão profundamente minha…
10.19.2008
Reflexão
Afinal que quero eu que nunca me basta?!
Que espero eu que nunca chega?!
Que sonho eu que não existe?!
Quem vive cá dentro de mim,
quem me atrai até ao precipício e se esfuma numa névoa indecifrável?
Quem sou eu? Quem é esse que me habita?
Talvez seja eu mesmo,
só eu,
num espírito demasiado lúcido para ser um só!
Que espero eu que nunca chega?!
Que sonho eu que não existe?!
Quem vive cá dentro de mim,
quem me atrai até ao precipício e se esfuma numa névoa indecifrável?
Quem sou eu? Quem é esse que me habita?
Talvez seja eu mesmo,
só eu,
num espírito demasiado lúcido para ser um só!
8.21.2008
8.03.2008
Dizeres VIII
Este sentir do fado, este arder quando a noite cai, este chorar com os poetas em rimas intemporais e sentir que a alma chora e que decora as expressões que nos dão esses poemas e viajar com Eugénio de Andrade ou ser a definição única de Álvaro de Campos ou transbordar de mãos vazias num verso de José Régio e no fim morrer de sede nesse rio sem leito e sem limites num soneto fantástico de Florbela.
Este sentir que ninguém sabe que eu sinto, este estar por aqui e nunca ficar, este voltar a estar e nunca, nunca ficar por aqui… este ser as duas faces da mesma moeda ou dois parágrafos iguais do monologo de um louco e ser muito, muito mais do que pouco e sufocar da mingua que se sente.
Quem sabe ser voo de gaivota e mergulhar no abismo profundo de um azul que amanhece sempre, sempre igual…
E o que faltar dizer que seja espuma na infindável rebentação das ondas contra o cais...
Este sentir que ninguém sabe que eu sinto, este estar por aqui e nunca ficar, este voltar a estar e nunca, nunca ficar por aqui… este ser as duas faces da mesma moeda ou dois parágrafos iguais do monologo de um louco e ser muito, muito mais do que pouco e sufocar da mingua que se sente.
Quem sabe ser voo de gaivota e mergulhar no abismo profundo de um azul que amanhece sempre, sempre igual…
E o que faltar dizer que seja espuma na infindável rebentação das ondas contra o cais...
7.30.2008
Longe...
Não chegaste em manha quente de Verão.
Não te amei à luz de uma lua de prata.
Não, não chegaste do nada quando já não imaginava que chegasses, porém juntos saboreamos um silêncio extasiado quando as palavras não eram de acontecer.
Gravei o teu nome num céu de todos os dias e em noites claras és brilho magico de estrelas e nas noites de breu aconteces para além de todos os Verões.
Nunca te chamei meu amor para não te perder em ilusões mas o meu nome na tua voz foi sílaba de um poema.
O teu beijo, trago-o na pele como um segredo que me faz sorrir, um segredo que ninguém sabe, que ninguém vê, que ninguém pode ver!
E à noite, quando te sei bem distante, quem sabe em que ruas, em que casas, em que festas, em sonos ou sonhos.
Não te amei à luz de uma lua de prata.
Não, não chegaste do nada quando já não imaginava que chegasses, porém juntos saboreamos um silêncio extasiado quando as palavras não eram de acontecer.
Gravei o teu nome num céu de todos os dias e em noites claras és brilho magico de estrelas e nas noites de breu aconteces para além de todos os Verões.
Nunca te chamei meu amor para não te perder em ilusões mas o meu nome na tua voz foi sílaba de um poema.
O teu beijo, trago-o na pele como um segredo que me faz sorrir, um segredo que ninguém sabe, que ninguém vê, que ninguém pode ver!
E à noite, quando te sei bem distante, quem sabe em que ruas, em que casas, em que festas, em sonos ou sonhos.
Quando sei que não me podes ouvir, chamo-te baixinho Meu Amor e aconteces em mim como eu sempre te sonhei…
7.02.2008
Muito mais só...
Estou muito mais só agora que a noite caiu.
Muito mais agora que não sei se sei porquê.
Agora que a tua voz é um eco que se quer esquecido,
Um som que o vento deixou de me trazer.
Muito mais agora que não sei se sei porquê.
Agora que a tua voz é um eco que se quer esquecido,
Um som que o vento deixou de me trazer.
6.22.2008
Estou cansado e procuro-te onde te deixei. Não estás, e sei que mesmo que estivesses não estarias. Não te mereço. Estou cansado e tenho tudo por arrumar, por catalogar. Fazes-me falta! Não sei onde te buscar, não sei de ti! Não sei de mim. Estou cansado. Tudo tem contornos de incerteza. Não te mereço. Mesmo. Pareço um dia que misturou as quatro estações. Nunca choro! Recordo a magia do teu beijo. Estou sem sentido, sem rumo, sem âncora. Não quero a sombra daquele dia, quero a luz da noite em que te tive e a loucura exaltante de não poder adormecer no chão olhando o tecto porque o coração pairava acima de nós…
Estou tão cansado.
Fazes-me falta!
Foto from olhares.com
5.11.2008
momentos
Sento-me a olhar o vago como se o tempo se fizesse notar apenas no avançar silencioso dos ponteiros do relógio, porem o céu mudou de tons e a luz despede-se lentamente do dia. O tempo passou.
Há um cansaço aliado a esta gravidade que me aterra aqui, há uma ausência de lágrimas e de sorrisos que dão ao meu rosto um ar de estátua concebida sem grande emoção. O meu peito é como este jardim de terra revirada, cavado a bruto sem a bênção do suor de quem trabalha a terra para ganhar a vida. Nem a chuva lhe ofereceu o perfume a terra molhada, mas em breve cobrir-se-á de verde e de vida.
Vou ficar por aqui mais um pouco que já se sente o frio do fim do dia e o arrepio na pele lembra-me o abraço que há por sentir, o beijo que existe por dar, os poemas ditos no silêncio e quem sabe a emoção de tudo isso morando no olhar.
Agora está mesmo frio, vou em busca de abrigo sorrindo no conforto de saber que existes.
Há um cansaço aliado a esta gravidade que me aterra aqui, há uma ausência de lágrimas e de sorrisos que dão ao meu rosto um ar de estátua concebida sem grande emoção. O meu peito é como este jardim de terra revirada, cavado a bruto sem a bênção do suor de quem trabalha a terra para ganhar a vida. Nem a chuva lhe ofereceu o perfume a terra molhada, mas em breve cobrir-se-á de verde e de vida.
Vou ficar por aqui mais um pouco que já se sente o frio do fim do dia e o arrepio na pele lembra-me o abraço que há por sentir, o beijo que existe por dar, os poemas ditos no silêncio e quem sabe a emoção de tudo isso morando no olhar.
Agora está mesmo frio, vou em busca de abrigo sorrindo no conforto de saber que existes.
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5.06.2008
Se...
Deixa-me contar-te baixinho ao ouvido aquelas historias que só eu sei, deixa-me contar-te as aventuras que só eu vivi, deixa-me mostrar-te aquele sonho só meu, onde eu amei como só eu amo, como se esse amor de que te falo fosse o meu amor, único e de mais ninguém. Sem mágoas nem rancores, sem pudores nem subterfúgios, deixa-me mostra-te a magia que existe num simples cruzar de dedos, o sentimento que acontece dentro de quatro paredes e que transcende o quarto e a casa, o bairro e a cidade.
Deixa-me ser eu nessa verdade de não saber ao certo quem sou. Deixa-me acontecer na tragicómica encenação de todos esse que eu fui.
E se um dia eu puder ser tudo isso no silêncio dos teus braços, tu serás um rio nascendo e fluindo dentro de mim.
Deixa-me ser eu nessa verdade de não saber ao certo quem sou. Deixa-me acontecer na tragicómica encenação de todos esse que eu fui.
E se um dia eu puder ser tudo isso no silêncio dos teus braços, tu serás um rio nascendo e fluindo dentro de mim.
4.24.2008
Silêncios
Os dias também vivem do silêncio, quando a vida se cansa das palavras gritadas sem eco e sem retorno. Cansa-me o choro, o desabafo, os poemas, a tinta e o papel.
Nos dias em que tudo o que me sobra é um tempo prisioneiro do próprio tempo, que não sendo meu, sempre passa como a maior verdade de sempre.
Dias em que me grita bem do fundo da alma uma solidão que tenho que sentir, que é minha e de mais ninguém, como um luto sem eu saber de quem, sem saber de quê!
foto from olhares.com
4.02.2008
Dizeres VII
Havia entre nós um espaço enorme onde morar.
Erguemos copos de um vinho bom. Celebramos a fantasia de uma solidão adiada, ressentida. Num tempo que se quer sem curvas, que se quer intenso, que se quer por mais. Sem subterfúgios. Sem vincos de um passado alojado por entre a alma e a pele.
Havia uma janela aberta a uma madrugada feliz, havia a ternura de ver crescer o que se plantou. Havia muito sol poente em horizontes de azul. Havia uma imensidão de sonhos por cumprir.
Entre nós havia um espaço enorme onde morar!...
Erguemos copos de um vinho bom. Celebramos a fantasia de uma solidão adiada, ressentida. Num tempo que se quer sem curvas, que se quer intenso, que se quer por mais. Sem subterfúgios. Sem vincos de um passado alojado por entre a alma e a pele.
Havia uma janela aberta a uma madrugada feliz, havia a ternura de ver crescer o que se plantou. Havia muito sol poente em horizontes de azul. Havia uma imensidão de sonhos por cumprir.
Entre nós havia um espaço enorme onde morar!...
1.30.2008
Sorriso...
Hoje sem contar tinha um sorriso à minha espera.
Não um sorriso novo, mas um que estava na gaveta onde se guarda as emoções que não se esqueceu…alguém a abriu e fez-me brilhar de novo num sorriso já usado, mas genuíno e verdadeiro…
Dormirei melhor certamente.
Não um sorriso novo, mas um que estava na gaveta onde se guarda as emoções que não se esqueceu…alguém a abriu e fez-me brilhar de novo num sorriso já usado, mas genuíno e verdadeiro…
Dormirei melhor certamente.
1.15.2008
Dizeres V
Hoje sou um daqueles dias sem graça, quando o horizonte confunde o céu com o mar numa névoa cinzenta e fria.
Não sinto nada, emocionalmente inerte, vejo o tempo que passa trazendo a chuva que deixa as ruas num abandono esquecido, depois o sol faz transpirar os vidros da janela. O meu olhar perdeu-se na paisagem que não vi…
Voltarei a unir os cacos do velho castelo de vidro tantas e tantas vezes destruído? - Não sei!
Os sentimentos estão lá, apenas dormem como num encantamento de contos de fadas. Uma espiga numa ceara em campo aberto à espera de um novo vento…
12.10.2007
E se falo de...
E eu, que sonhava conhecer o mundo inteiro, deixo-me ficar esquecido no conforto de não ter que sair daqui…
E se falo de mar, falo da ponta dos teus dedos,
Se falo de azul renego os fantasmas na memoria dos nossos desejos.
Eu, que não me recordo de ter tido nada, comove-me, que na tua fantasia um dia tenha sido teu e que tenhas, enfim, existido por nós. Desvario!
Mas se falo de verde é só porque o brilho dos teus olhos me assombra.
A noite chega outra vez…fria…cruelmente igual a todas as outras, espreitando-me pela janela, certa de que eu repetirei os mesmos gestos!
E se falo de ti é só para fugir de mim, do que eu tenho, do que eu sou.
Vou desfiando soluços nessa ambígua imagem que te ofereci, algures entre os restos do que um dia fui!..
foto from olhares.com
E se falo de mar, falo da ponta dos teus dedos,
Se falo de azul renego os fantasmas na memoria dos nossos desejos.
Eu, que não me recordo de ter tido nada, comove-me, que na tua fantasia um dia tenha sido teu e que tenhas, enfim, existido por nós. Desvario!
Mas se falo de verde é só porque o brilho dos teus olhos me assombra.
A noite chega outra vez…fria…cruelmente igual a todas as outras, espreitando-me pela janela, certa de que eu repetirei os mesmos gestos!
E se falo de ti é só para fugir de mim, do que eu tenho, do que eu sou.
Vou desfiando soluços nessa ambígua imagem que te ofereci, algures entre os restos do que um dia fui!..
foto from olhares.com
12.01.2007
11.25.2007
Dizeres IV
Imagino-me um barco navegando um oceano imenso.
Um barco sem velas num mar sem vento.
Por vezes as ondas fazem ranger as velhas tábuas de madeira gasta e esbatida e tudo adquire um tom fantasmagórico.
Não sei o que me fez partir nesta viagem, não sei se algo me empurrou, se tropecei no destino ou se estava no porto e simplesmente embarquei…
À noite experimento miragens ou alucinações que sempre me vão levando para longe daqui, que vão moldando o horizonte que a luz do dia mostra sempre igual.
Deixo-me levar pelo balanço e rumo em direcção a terras prometidas.
Sinto ventos de sorte sobre velas inventadas…e sigo…sem terra à vista nem porto de abrigo…
Um barco sem velas num mar sem vento.
Por vezes as ondas fazem ranger as velhas tábuas de madeira gasta e esbatida e tudo adquire um tom fantasmagórico.
Não sei o que me fez partir nesta viagem, não sei se algo me empurrou, se tropecei no destino ou se estava no porto e simplesmente embarquei…
À noite experimento miragens ou alucinações que sempre me vão levando para longe daqui, que vão moldando o horizonte que a luz do dia mostra sempre igual.
Deixo-me levar pelo balanço e rumo em direcção a terras prometidas.
Sinto ventos de sorte sobre velas inventadas…e sigo…sem terra à vista nem porto de abrigo…
11.16.2007
Não me perguntes o porquê deste silêncio…
Mais uma noite caiu, e para ti, tenho apenas o eco das palavras já tantas vezes repetidas. Hás-de lê-las na escuridão do teu quarto entregue a isso que te resta.
Não me fales de solidão e de distancia…
Trago na alma o cais das partidas, as noites em claro, o rosto exausto de muitos dias olhando a imensidão azul por aqueles que haviam de voltar.
Não me fales de futuro nem de esperança…
Afinal, é a resignação nesses teus gestos que vai quebrando o ritmo dos meus passos, é a ausência da tua voz que me vai mergulhando no silencio do tempo.
Não me perguntes pelo amor que tu sonhas e que eu sinto…
Esse amor das tuas palavras bonitas que eu espalho em todas as horas do meu dia e com que tu enfeitas as folhas nas gavetas escondidas…
Não me perguntes o porquê do meu silêncio
Quando ambos sabemos que é o teu que nos separa.
10.17.2007
Divagando
Não sei de nada. Não sei mesmo! Apenas que esta musica e este cigarro são o conforto neste quarto branco e frio.
Há dias em que me vejo sorrir, entre a memoria do beijo longo e a cumplicidade do abraço roubado ao tempo que nos roubavam. Tínhamos sempre tão pouco tempo, lembras-te?
Era sempre noite e a sensação de fuga fazia bater mais forte no peito o coração. E fugíamos nem sei de quê, íamos de fuga em fuga como se não pudéssemos parar.
Davas-me a mão para me dizer, sem as palavras que sempre preferias reter entre a garganta e o olhar atento à estrada, que tudo estava bem, que renascíamos bebendo estes momentos tão únicos, tão nossos ate a exaustão dos sentidos, como se o saciar dessa sede fosse o indicio de um desejo infinitamente insaciável.
Não sei de nada, não! Mas quero-te nestas divagações a que me dou quando a solidão fala mais alto, nesta ansiedade que vou disfarçando mais um dia até que possa, de novo, renascer em ti.
Há dias em que me vejo sorrir, entre a memoria do beijo longo e a cumplicidade do abraço roubado ao tempo que nos roubavam. Tínhamos sempre tão pouco tempo, lembras-te?
Era sempre noite e a sensação de fuga fazia bater mais forte no peito o coração. E fugíamos nem sei de quê, íamos de fuga em fuga como se não pudéssemos parar.
Davas-me a mão para me dizer, sem as palavras que sempre preferias reter entre a garganta e o olhar atento à estrada, que tudo estava bem, que renascíamos bebendo estes momentos tão únicos, tão nossos ate a exaustão dos sentidos, como se o saciar dessa sede fosse o indicio de um desejo infinitamente insaciável.
Não sei de nada, não! Mas quero-te nestas divagações a que me dou quando a solidão fala mais alto, nesta ansiedade que vou disfarçando mais um dia até que possa, de novo, renascer em ti.
10.12.2007
Dizeres III
Recordo-me que o mundo era bom quando segurava a mão da minha mãe nas voltas da cidade. Quando adormecia junto ao seu peito, com a segurança do seu braço firme nas minhas costas, durante as lentas viagens de autocarro.
Cresci, tudo se complicou, e as vezes preciso tanto deitar-me nesse conforto que o tempo arrancou de mim.
10.05.2007
Dizeres II
Queria escrever-te, mas as palavras estão velhas e gastas, arquivadas, rebuscadas, como gavetas cheias de coisas fora de tempo e assombradas de memorias. Sei-as de cor e guardo-as para te sussurrar ao ouvido quando o amor deixar de queimar como acido na pele da alma. Guardo-as para nunca tas dizer.
Enquanto algures por aí, alguém escreve poemas de amor,
tu
Deitas-te de longe no silêncio do meu rosto adormecido,
e eu acordo em ti,
exposto, como o céu na superfície nua do mar.
10.01.2007
Poema
Queria um poema escrito por minguem e ninguém nunca o encontrasse, com cheiro a eucalipto e a mato.
Sonho com um poema sem rimas, pleno e absoluto, a saber a maresia e a vento.
Um poema que envergasse a lucidez do sol marcando o tempo, e a
força da chuva varrendo os tectos da cidade.
Queria muito mais profundo o oceano e muito mais longínquo o firmamento, trazer as mãos carregadas de estrelas e o coração pulsante como um vulcão em chamas.
Um poema feito essência…leve…com aroma de terra molhada pela manhã. Que te invadisse a alma e os sentidos, que te levasse a uma dimensão etérea, onde a melodia perfeita dessa musica que eu não sei, fosse palavras a renascer continuamente…
E nesse poema que não sei se existe, guardo tudo o que tenho para te dizer…
…aqui no outro lado de mim.
foto from ollhares.com
9.12.2007
Depois de ti...
Depois de ti passaram muitas vidas!
Depois de ti romperam madrugadas detrás de outras janelas, encheram-se de verde muros outrora vestidos de cinza.
Depois de ti, houve confortos nascidos nos gestos repetidos de iludir a face que o espelho reflectia.
Depois de ti eu, sempre eu! Ainda cá estou e tantos dias que fugiram.
O velho caderno mudou de textos e de tinta. O Outono voltou a despir as árvores na rua que passa mesmo á tua porta, e eu parei para ver se ainda te via, mas meu amor, isso foi depois de ti, e a rua era só o vento que corria.
foto from olhares.com
9.08.2007
Dizeres I
A minha vida, sem ser boa nem má, é contada apenas no chiar do vento arrastando coisas pelas ruas, na ilusória alegria das voltas repetidas do carrossel, num bater de porta em porta e nunca pedir.
Chorar porque tudo me está “à flor da pele “. Porque um violino geme a minha condição numa peça fantasticamente triste.
Esperar…esperar…esperar sempre de olhos fixos num céu carregado de estrelas.
Sofrer a eterna condenação de ter a alma repleta de emoção e esbanjar ternura num dar de mim que não aprende a ser apenas gesto de retribuir um gesto, apenas.
Foto from olhares.com
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