Vou ficando por aqui enquanto o tempo se arruma devagar. O tempo a conta gotas e o armazenar de memórias em caixas, dispersas, por organizar.
Não sei quem ganhou e quem perdeu, quem partiu e quem ficou. Não me importam cálculos nem paralelismos nem retóricas nem metáforas.
Quero sair daqui. Espero o dia que será sempre amanha, um canto, um chão, um abraço.
O olhar já vai quebrando pelo cansaço e os móveis parecem fitar-me com estranheza. Serei mesmo daqui?
Fecho os olhos e sou apenas a voz que canta o silêncio do vento que não passa. A imensa nostalgia de um olhar perdido atrás de uma janela.
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5 comments:
Gostei imenso deste texto, reflecte a estranhesa de não nos enquadrar-mos em certos espaços, de modo que os mesmos tronan-se estranhos ao nosso olhar.
Não fiques muito. Lá fora há vida a acontecer.
Ola Paulo, apesar de meio afastado do mundo dos blog's, continuo a ler os vários que valem de facto a pena serem lidos. Não tenho comentado, mas tenho-te lido. Continuas em grd, com bons textos, boas reflexões. Deixo-te um abraço e ate um destes dias.
Consegues exprimir o que tenho sentido muitas vezes: esse particular sentimento de ver-me estranho na minha própria vida... fora do sítio, em qualquer sítio.
Bonito.
Abraço
Esta é a frase...A imensa nostalgia de um olhar perdido atrás de uma janela.
Uma das razões
que me faz agarrar um texto
e fazê-lo meu
é ele dizer o que penso
sem nunca o ter dito.
A tua escrita é boa!
Um abraço.
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